Quero aprender a eternizar momentos.
A mente é traiçoeira e a memória trai.
E nos espaços fugidios entre um e outro
momento vejo-me vazio.
Vazio de você.
Como uma criança que recorta figuras de
uma revista para depois uni-las em uma folha de papel, desejo unir nossos
momentos para que nem um vazio esteja entre eles.
E neste universo de recorta-e-cola, fico
procurando aqueles fragmentos que melhor expressem o que sinto.
Como se a perda de um só instante, a
aceitação de um só vazio comprometesse a obra.
E me vejo brincando de criar... lutando
para construir uma obra digna de grandes criadores.
Loucos sonhadores que um dia brincaram
de recortar figuras e uni-las em uma folha real, concretizando sonhos.
Assim vejo a obra em nossas mãos.
Louco desafio de, em meio a um mundo de
incertezas, um árido mundo de emoções e romantismo, criarmos uma história de
Luz e Cores (como poderia ser diferente vivendo este sonho com uma mulher arco-íris?).
Delicadeza do papel de seda que busca
flutuar entre espinheiros e poças d'água.
Coisa de poeta imaginar que o belo e o
romântico pode criar sonhos reais.
Mas só quem vive em estado de poesia é
capaz de imaginar tal possibilidade.
Só quem se diverte em realizar
demonstrações pueris de amor é capaz de também encarar face a face os graves e
soturnos desafios da vida cotidiana.
Só quem chora com um toque de mãos é
também capaz de sustentá-las quando frágeis e inseguras.
Só quem crê que Deus realmente nos fez
Sua Imagem e Semelhança é capaz de acreditar na realização do Amor em sua mais
pura manifestação.
Assim nascem os momentos eternos, que
fazem da vida uma alegria pelo simples fato de existir.
By Adriano Diniz Costa