“Com minha alma suspiro de noite por ti e, com
o meu espírito dentro de mim, eu te procuro diligentemente; porque, quando os
teus juízos reinam na terra, os moradores do mundo aprendem justiça” (Isaías
26:9)
“Pense em sua vida. Desde o dia em que
nasceu. O que consegue lembrar? Seus dias correm apressados, e o que foi em
breve não fará mais parte de sua existência. As emoções vividas, os gestos,
alegrias, tristezas, anseios, sonhos. Peças de um passado totalmente
inacessível a nós. Por mais que desejemos revivê-lo, o passado está aprisionado
na casa do ontem. Não se pode voltar atrás, não se pode refazer os dias
vividos. Com cores permanentes são os momentos pintados na tela viva do
presente. Das folhas esparsas da memória erguemos altares, para neles
depositarmos ofertas, como presentes do nosso “presente” ao passado. Cultuamos
o passado, (re)vivemos alegrias e dores, remoemos como em máquinas trituradoras
toda uma gama de sentimentos. Como na tela de um computador ou um televisor,
vemos, ouvimos e até sentimos, mas não podemos tocar. Se tentamos tocar aquilo
que não existe mais, nossos dedos esfriam na tela onde está escrito
“intocável”. Então, porque certas emoções são tão vivas, tão cortantes, mesmo
estando no passado que já não vivemos? É porque ainda não Renascemos.”
Desde
criança olho para a vida de maneira especial. Busco nela explicações, sentido.
Desde sempre busquei a Deus. Desde muito cedo decidi dedicar a minha vida a um
objetivo maior. E olhava o mundo e as pessoas buscando alguém em quem me
inspirar. Então descobri Jesus. Mas Jesus sem os olhos do Espírito Santo não é
Jesus Pleno, é um reflexo, e como reflexo traz distorções. E estas distorções
quase me mataram. O humanismo e as falsas crenças viram meu coração sincero
como corvos veem uma presa atraente. Às portas da morte física e espiritual vi
meus mais belos sonhos serem despedaçados por uma visão sem perspectivas.
Tristeza profunda, quedas, feiúra de alma, corpo alquebrado.
Orei,
orei, orei.
Pedi
a Deus “se nasci para ser igual aos que fracassaram, que meus dias sejam
esvaziados e o Senhor me leve, pois não quero uma vida assim”. Pedi para
renascer. Mas estava cego.
Então
Deus começou sua obra em mim.
Caminhando
pelo deserto, onde os dias são escaldantes aos pés, torturante aos olhos e
sufocante ao respirar, e as noites são vento frio que gela a alma e faz
arrepiar o coração, toquei com mãos vacilantes uma miragem. Fugacidade de um
por-do-Sol. Brevidade de uma bolha de sabão. Sutileza de uma brisa que brinca
entre galhos e folhas.
E
minha alma que havia esquecido da alegria, sorriu. E o anjo tocou com suas asas
o feio que havia em mim. “Mas sou feio, sujo, triste”. “Não”, foi a resposta.
“Você é lindo, é um grande homem, a pessoa que aprendi a amar e Bem Querer”.
E
voltei a caminhar. Confesso que não me lembro como fui capaz. O fato é que
passos outrora vacilantes fizeram-se firmes e iniciei passos de marcha. Quando
dois corações sinceros caminham juntos, estabelece-se a Aliança, e já não é mais
um, mas dois que elevam aos céus suas orações e súplicas. E Deus não rejeita um
coração com o sincero desejo de servir.
Como
metais em estado bruto, fez-se necessário que fossemos jogados ao Fogo, para
que queimasse tudo aquilo que não fosse Divino em nós, e nada mais restasse que
não a pura essência do Criador, sem deformidades.
Mas Deus,
em Sua Sabedoria, compreende que Suas criaturas são falhas, frágeis e como
pequenas mudas de grandes árvores, necessitam de jardineiros diligentes que
cuidem para que a Obra se faça. “Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o
crescimento” (1 Coríntios 3:6).
Então a
Graça se manifestou e trouxe a voz profética que dá a força que nasce da Fé, “Ora,
a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que
se não vêem” (Hebreus 11:1). E o que era miragem se fez certeza pela
Fé, e o caminhar tornou-se em marcha. Marcha de guerra.
Para que o
tronco e os galhos se fortalecessem, tempestades tiveram que arrebentar até ao
limite as tenras árvores. A secura veio, para que as raízes penetrassem profundamente
no solo, em busca da Água Viva, criando uma robustez ao tronco que só o rigor
do deserto é capaz de gerar.
Então
pudemos compreender em Espírito e Verdade o que é crer no Cristo Vivo, quando
nossos olhos passaram a ver que, aquele que crê, é capaz de viver as promessas
e tornam-se jardineiros, obreiros no Arado das Obras Eternas, para que mudas de
esperança transformem-se em florestas de restauração, vigor e excelência.
Aprouve a
Deus que neste momento de nossas vidas, em meio a guerra travada no mundo
espiritual por nossas almas, fossemos entregues nas mãos amorosas e firmes de
um obreiro fiel, forjado pelas mãos do Criador para ser Sua Voz entre os
homens.
Com ousadia
que desafia os rebeldes, traz à luz a hipocrisia dominante.
Com
inovação, nova-ação, traz à existência aquilo que “Nem olhos viram, nem ouvidos
ouviram, nem jamais penetrou em coração humano” (1 Coríntios 2:9).
Como bom
pastor, resgata ovelhas de lugares ermos, sombrios “Ainda que eu ande pelo vale da
sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e
o teu cajado me consolam” (Salmos 23:4).
Como homem,
nos ensina pelo exemplo que pode-se viver no mundo sem ser do mundo, sem alimentar-se
dos erros do mundo.
Como amigo,
oferece consolo, atenção e cuidado àqueles que sofrem.
Como
educador, nos ensina a sublime tarefa de educarmo-nos pela orientação do
Espírito Santo.
Como médico
de corpo e de almas, cura feridas, limpa por dentro e por fora.
Como
guerreiro, nos ensina a utilizar as armas espirituais que nos foram entregues
pelo próprio Pai.
Como
Profeta, lança a Palavra de Deus para aqueles que creem. E os milagres
acontecem.
Como
Apóstolo, segue as pegadas de Jesus e, enviado à seara, põe mãos no arado e
muda a história de milhares.
Pastor,
Homem, Amigo, Educador, Guerreiro, Profeta, Apóstolo.
Pai querido
que toca nossas vidas com gestos de esperança, pois nos ensina a crer nas
promessas divinas, e nos habilita a viver aquilo que cremos.
Servo de
Deus, amigo da última hora, hora crucial de posicionamento ou destruição, somos
gratos a Deus que nos ensina pelos seus exemplos, nos mostra que é possível, e vendo,
conseguimos crer, crendo conseguimos viver, vivendo conseguimos transformar,
conseguimos RENASCER em nós o brilho que vivificou os cristãos no despertar do
Cristianismo. Renascidos em Cristo, conseguimos enfim caminhar confiantes na
chegada à Vida Eterna, onde seremos recebidos pelos Braços Amorosos do Pai.
Este é o
meu testemunho de gratidão pela sua vida, Apóstolo Estevam Hernandes
By Adriano Diniz Costa