segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Diamantes e máscaras



Um dia um homem triste olhou para sua vida e pensou "Como posso viver, se tudo o que vejo é escuridão, tristeza e não sei o que é aquilo que chamam de 'esperança'?"

"Como posso prosseguir se meus olhos não vêem, minhas mãos não sentem, e meu coração é apenas o motor de um veículo sem condutor?"

Esse homem, com vergonha de si mesmo, escondeu-se de todos, meio 'Fantasma da Ópera', meio "Fera", totalmente descaracterizado, perdido daquilo que um dia foi chamado de sua 'essência'.

Mas o milagre da vida se manifesta através do segredo espiritual chamado 'União'. Oleiro com o barro, pintor com a tela, lapidário com os diamantes. Sem o trabalho do lapidário a pedra não teria um centésimo do brilho que vemos. É ele quem "desnuda" a gema, para que se mostre por completo.

E Deus, em sua soberana sabedoria, entrega o material ao executor adequado, pois Ele sabe, desde o início, que a semente de Amor puro cultivada por Ele nos corações em alguns germina e cresce.

E essas pessoas, essas raras pessoas fazem a diferença na história de outras pessoas.

E vasos são moldados, pinturas nascem, jóias brilham. O valor estava lá, presente na pedra bruta depositada na lama, envolta em elementos menos nobres.

Mas foram as mãos de amor que a fizeram brilhar.

Assim é você, com seus olhos lapidários, meu Bem Querer.

Ao Pai das Luzes, meu mais profundo agradecimento pela alegria de saber que você existe.

Amo você, Bem Querer.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Olhares no Tempo




Houve um tempo que meus olhos olhavam o mundo e desejavam torná-lo melhor. 
Houve um tempo em que era incapaz de ver o sofrimento do meu irmão e permanecer indiferente.
Houve um tempo que as injustiças do mundo faziam meu corpo queimar de indignação.
Houve um tempo, há muito tempo, que decidi sair da posição de espectador desse mundo feio e triste, repleto de dores e angústias, e passar a fazer parte, de alguma forma, da sua reforma.
Na inocência da juventude participei de movimentos sociais, grupos, associações e até irmandades.
Na vida adulta, um pouco menos inocente e ingênuo, decidi dedicar minha vida profissional a tarefa de tornar a vida de outras pessoas menos injusta e abracei a causa de Direitos Humanos no Trabalho. Enfrentei homens que escravizavam outros homens, mulheres e crianças. Lutei contra o trabalho infantil, discriminação no ambiente de trabalho, assédio moral e sexual. Busquei proporcionar condições dignas de saúde e segurança para os trabalhadores. Ajudei a criar normas internacionais de proteção aos direitos dos trabalhadores. Ameaçado de morte mais de uma vez, fiz o que me propus. E consegui ver bons frutos de meu trabalho na vida de muitos.
Mas o vazio fazia eco em mim e sentia que era pouco, muito pouco, o que oferecia ao mundo. Pessoas continuavam sendo escravizadas, crianças com sua infância roubada, velhos trabalhando à exaustão para ter direito a um teto e algum alimento. Por onde andava continuava vendo dor nos olhos daqueles por quem eu trabalhava. Para cada empresa que eu ajudava a melhorar as condições de trabalho, centenas se levantavam para produzir em condições sub-humanas. E isso me doía. Como se minha vida fosse inútil para mudar mesmo o pequeno mundo de minhas relações.
Então compreendi. “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida?” (Marcos 8:36)
Se quero sementes que nasçam para um mundo melhor, devo semeá-las não no corpo, onde o tempo inevitavelmente levará, mas na alma e espírito, para que produzam 100 por 1, pois “uma alma que se eleva, eleva o mundo inteiro” (Elisabeth Leseur).
Se quero ver o mundo que deixo de herança para meus filhos melhor, devo plantar nos seus corações sementes de verdades eternas, “onde nem a traça nem a ferrugem consomem” (Mateus 6:20)
Se quero ver empresários enxergando seus trabalhadores como seres humanos, e ver trabalhadores compreendendo a responsabilidade de seu trabalho, devo derramar no coração deles água que sacia. “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna” (João 4:14)
Porque todos, empresários, trabalhadores, jovens e velhos, homens e mulheres, todos sem exceção, trazem em si uma sede e uma dor que nunca cessa, antes aumenta a cada dia, a cada notícia trágica. “Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? (Mateus 6:25)
E toda e qualquer transformação de comportamento deve necessariamente nascer no mais profundo de cada indivíduo. Em seu espírito. Mas o espírito só é tocado por outro espírito. Não podemos dialogar com o espírito através da carne. Os resultados serão catastróficos.Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro” (Mateus 6:24)
Mas aquele que tem suas convicções espirituais transformadas, já não vive na carne, mas tem domínio sobre ela. E essa autoridade o habilita a transcender a ponte que separa os corações, através de um olhar transformador, pois “a candeia do corpo são os olhos, de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz” (Mateus 6:22)
E não existem desafios no mundo que sejam impossíveis. 
Não existem sementes que deixem de frutificar. 
E a transformação do mundo será realidade. Cada qual em seu mundo de relações, será capaz de plantar sementes tão profundas que nem a pior das tempestades será capaz de arrancar. 
E acredito, firmemente, que o sonho de um mundo melhor, por muitos considerado utópico, será realidade. Hoje busco essa transformação com outras armas.
A começar por mim.

sábado, 21 de abril de 2012

LIbertas Qae Sera Tamen

(Texto que escrevi há mais de uma década...) Quem não se emociona quando lê (o que raramente acontece) a história dos Inconfidentes? “Liberdade ainda que tardia” era o seu lema. Vemos então figuras como o Alferes da Cavalaria Real Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, o desembargador e poeta Tomaz Antônio Gonzaga, o advogado e poeta Cláudio Manuel da Costa, o Coronel José Inácio de Alvarenga Peixoto, José Álvares Maciel e os padres Rolim e Toledo, entre outros. Homens que lutaram pelo ideal de liberdade. Dentre os mais conhecidos, vemos a figura de Tiradentes que, preso e julgado pelo Estado, foi enforcado, esquartejado, degolado, e seus restos mortais expostos em praça pública, como um alerta a novos “arautos da liberdade”. Essa história, tal como acontece com as fábulas infantis, caem logo no esquecimento. Anos e séculos passam e vemos novos movimentos em busca da tão almejada “liberdade”. Vemos a Independência e a proclamação da República. Vemos o Estado repressor na figura do Governo Militar, e os novos “Tiradentes”, exilados e “desaparecidos” que se levantaram contra o “Estado”. Passa o tempo e o “Sol da Liberdade em raios fúlgidos” brilha novamente com o advento da “Democracia”. “Diretas Já”, ganha Tancredo, morre Tancredo, ganha Collor, cai Collor, ganha FHC, ganha FHC, e tudo parece ter, finalmente, encontrado um ponto de equilíbrio mínimo. A liberdade, aquela liberdade lema dos Inconfidentes, parece finalmente ter sido alcançada. Então, numa bela manhã do novo milênio, eu, gozando da minha “liberdade”, leio a seguinte manchete: “Pedreiro libertado pela Justiça prefere ficar na prisão”. A notícia ironicamente fala de um Inácio, de um Silva, igual aos Inconfidentes. Trata-se do ex-servente de pedreiro Alírio Inácio da Silva, condenado à prisão pelo “Estado” por haver matado um homem que lhe devia R$ 35,00. Imediatamente lembrei do ideal de Liberdade por tantos e por tanto tempo perseguido. Inevitável reflexão sacudiu meus pensamentos. “Libertas quae sera tamen”. Liberdade ainda que tardia. O novo Inácio foi condenado pelo Estado a uma pena de seis anos de detenção. Por apresentar, desde o primeiro dia de cumprimento da pena, conduta exemplar, conquistou a simpatia e respeito de todos. Colegas de prisão, policiais e até o delegado aprenderam a gostar do condenado. Isso rendeu-lhe o decreto de soltura e liberdade condicional proferido pelo juiz da comarca. Diferentemente do Silva esquartejado e degolado pelo Estado, esse Silva foi libertado após cumprir um terço da pena de detenção. Mas preferiu ficar preso. Sem “Liberdade”. A sua “Liberdade” já é “tardia”. Simples, pobre e ex-presidiário, o Silva sabe que não existe mais lugar para ele entre nós. Ele já foi esquartejado, degolado e exposto em praça pública perante todos os “homens de bem” da sociedade. Resta enterrá-lo. Por conhecer bem a sua “sentença”, o Silva do novo milênio solicitou ao juiz que decretou a sua “liberdade” que o mantivesse “preso”. Para ele, a única chance de ter o seus direitos de “cidadão”, de “ser humano” respeitados e garantidos na sociedade é permanecendo atrás das grades da prisão, onde terá trabalho, comida e teto. Resta a questão: por seu erro, esse homem cumpriu a pena que o Estado considerou justa. Mas ele sabe que a pena imposta pela sociedade será muito mais dura e cruel que a prisão. E qual será a pena aplicável e justa à sociedade por não oferecer a mínima condição de reintegração àqueles que já conquistaram seu direito à liberdade? Percebo, então, que o ideal de liberdade há tanto tempo perseguido ainda está longe de ser alcançado. As prisões da indiferença e do preconceito possuem grades mais poderosas que aquelas que “prendem” o Silva. Para essas, não existe liberdade.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

DESPERTAR - Uma homenagem




“Com minha alma suspiro de noite por ti e, com o meu espírito dentro de mim, eu te procuro diligentemente; porque, quando os teus juízos reinam na terra, os moradores do mundo aprendem justiça” (Isaías 26:9)


“Pense em sua vida. Desde o dia em que nasceu. O que consegue lembrar? Seus dias correm apressados, e o que foi em breve não fará mais parte de sua existência. As emoções vividas, os gestos, alegrias, tristezas, anseios, sonhos. Peças de um passado totalmente inacessível a nós. Por mais que desejemos revivê-lo, o passado está aprisionado na casa do ontem. Não se pode voltar atrás, não se pode refazer os dias vividos. Com cores permanentes são os momentos pintados na tela viva do presente. Das folhas esparsas da memória erguemos altares, para neles depositarmos ofertas, como presentes do nosso “presente” ao passado. Cultuamos o passado, (re)vivemos alegrias e dores, remoemos como em máquinas trituradoras toda uma gama de sentimentos. Como na tela de um computador ou um televisor, vemos, ouvimos e até sentimos, mas não podemos tocar. Se tentamos tocar aquilo que não existe mais, nossos dedos esfriam na tela onde está escrito “intocável”. Então, porque certas emoções são tão vivas, tão cortantes, mesmo estando no passado que já não vivemos? É porque ainda não Renascemos.”

Desde criança olho para a vida de maneira especial. Busco nela explicações, sentido. Desde sempre busquei a Deus. Desde muito cedo decidi dedicar a minha vida a um objetivo maior. E olhava o mundo e as pessoas buscando alguém em quem me inspirar. Então descobri Jesus. Mas Jesus sem os olhos do Espírito Santo não é Jesus Pleno, é um reflexo, e como reflexo traz distorções. E estas distorções quase me mataram. O humanismo e as falsas crenças viram meu coração sincero como corvos veem uma presa atraente. Às portas da morte física e espiritual vi meus mais belos sonhos serem despedaçados por uma visão sem perspectivas. Tristeza profunda, quedas, feiúra de alma, corpo alquebrado.

Orei, orei, orei.

Pedi a Deus “se nasci para ser igual aos que fracassaram, que meus dias sejam esvaziados e o Senhor me leve, pois não quero uma vida assim”. Pedi para renascer. Mas estava cego.

Então Deus começou sua obra em mim.

Caminhando pelo deserto, onde os dias são escaldantes aos pés, torturante aos olhos e sufocante ao respirar, e as noites são vento frio que gela a alma e faz arrepiar o coração, toquei com mãos vacilantes uma miragem. Fugacidade de um por-do-Sol. Brevidade de uma bolha de sabão. Sutileza de uma brisa que brinca entre galhos e folhas.

E minha alma que havia esquecido da alegria, sorriu. E o anjo tocou com suas asas o feio que havia em mim. “Mas sou feio, sujo, triste”. “Não”, foi a resposta. “Você é lindo, é um grande homem, a pessoa que aprendi a amar e Bem Querer”.

E voltei a caminhar. Confesso que não me lembro como fui capaz. O fato é que passos outrora vacilantes fizeram-se firmes e iniciei passos de marcha. Quando dois corações sinceros caminham juntos, estabelece-se a Aliança, e já não é mais um, mas dois que elevam aos céus suas orações e súplicas. E Deus não rejeita um coração com o sincero desejo de servir.

Como metais em estado bruto, fez-se necessário que fossemos jogados ao Fogo, para que queimasse tudo aquilo que não fosse Divino em nós, e nada mais restasse que não a pura essência do Criador, sem deformidades.

Mas Deus, em Sua Sabedoria, compreende que Suas criaturas são falhas, frágeis e como pequenas mudas de grandes árvores, necessitam de jardineiros diligentes que cuidem para que a Obra se faça. “Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento” (1 Coríntios 3:6).

Então a Graça se manifestou e trouxe a voz profética que dá a força que nasce da Fé, “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hebreus 11:1). E o que era miragem se fez certeza pela Fé, e o caminhar tornou-se em marcha. Marcha de guerra.

Para que o tronco e os galhos se fortalecessem, tempestades tiveram que arrebentar até ao limite as tenras árvores. A secura veio, para que as raízes penetrassem profundamente no solo, em busca da Água Viva, criando uma robustez ao tronco que só o rigor do deserto é capaz de gerar.

Então pudemos compreender em Espírito e Verdade o que é crer no Cristo Vivo, quando nossos olhos passaram a ver que, aquele que crê, é capaz de viver as promessas e tornam-se jardineiros, obreiros no Arado das Obras Eternas, para que mudas de esperança transformem-se em florestas de restauração, vigor e excelência.

Aprouve a Deus que neste momento de nossas vidas, em meio a guerra travada no mundo espiritual por nossas almas, fossemos entregues nas mãos amorosas e firmes de um obreiro fiel, forjado pelas mãos do Criador para ser Sua Voz entre os homens.

Com ousadia que desafia os rebeldes, traz à luz a hipocrisia dominante.

Com inovação, nova-ação, traz à existência aquilo que “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano” (1 Coríntios 2:9).

Como bom pastor, resgata ovelhas de lugares ermos, sombrios “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam” (Salmos 23:4).

Como homem, nos ensina pelo exemplo que pode-se viver no mundo sem ser do mundo, sem alimentar-se dos erros do mundo.

Como amigo, oferece consolo, atenção e cuidado àqueles que sofrem.

Como educador, nos ensina a sublime tarefa de educarmo-nos pela orientação do Espírito Santo.

Como médico de corpo e de almas, cura feridas, limpa por dentro e por fora.

Como guerreiro, nos ensina a utilizar as armas espirituais que nos foram entregues pelo próprio Pai.

Como Profeta, lança a Palavra de Deus para aqueles que creem. E os milagres acontecem.

Como Apóstolo, segue as pegadas de Jesus e, enviado à seara, põe mãos no arado e muda a história de milhares.

Pastor, Homem, Amigo, Educador, Guerreiro, Profeta, Apóstolo.

Pai querido que toca nossas vidas com gestos de esperança, pois nos ensina a crer nas promessas divinas, e nos habilita a viver aquilo que cremos.

Servo de Deus, amigo da última hora, hora crucial de posicionamento ou destruição, somos gratos a Deus que nos ensina pelos seus exemplos, nos mostra que é possível, e vendo, conseguimos crer, crendo conseguimos viver, vivendo conseguimos transformar, conseguimos RENASCER em nós o brilho que vivificou os cristãos no despertar do Cristianismo. Renascidos em Cristo, conseguimos enfim caminhar confiantes na chegada à Vida Eterna, onde seremos recebidos pelos Braços Amorosos do Pai.

Este é o meu testemunho de gratidão pela sua vida, Apóstolo Estevam Hernandes

By Adriano Diniz Costa







quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Pai das Luzes




Pai
Sempre Te busquei. Sabes bem.
Criança assustada, quando escondia-me embaixo da cama, dentro do guarda-roupas ou em cima do telhado, Te buscava.
No silêncio perturbador da fome, Te buscava.
No medo dos inimigos, Te buscava.
Na insegurança quanto ao futuro, Te buscava.
No desespero diante dos violentos e constantes conflitos em casa, Te buscava.
Quando decidi me casar e ser uma pessoa respeitável, Te buscava.
Quando me via vazio e sem esperanças, Te buscava.
Na solidão de madrugadas mudas, Te buscava.
Na decisão de romper com o ciclo viciante de dias idênticos e infrutíferos quanto ao essencial, Te buscava.
Mesmo quando pensava em morrer, Te buscava.
No choro sem perspectivas, Te buscava.
No sono sem sonhos, Te buscava.
No olhar celestial de minha filha, Te buscava.
Até que,
Mesmo sabendo que Tu estavas em algum lugar e olhavas por mim, desisti de buscar-Te.
Mesmo sentindo Tua mão em suaves carícias sobre minha fronte caída, desisti de buscar-Te.
Mesmo sabendo que ainda havia em mim um minúsculo, quase imperceptível resquício de Esperança, desisti de buscar-Te.

Mas Tu não desististe de mim

Um dia, em um passado distante, em meio a ruídos e ilusões nos caminhos “humanistas” do mundo, um adolescente orou fervorosamente a Ti, pedindo: “Pai, não Te esqueças de mim. Sou Teu filho, te amo, e somente conseguirei viver na Tua presença.” E meu coração recebeu de Ti a resposta de que jamais eu estaria só. E que Tu estarias comigo. Sempre.
Deus é Fiel
E sua promessa se cumpriu.
No momento de maior desespero, quando meu corpo chegou a um limite onde não tinha forças para prosseguir,
Quando minha alma fez-se deserto árido e todo o conhecimento adquirido não serviu para nada.
Quando silenciei meu querer,
O Teu Infinito Amor manifestou-se em mim.
Precisei chegar ao limite entre a vida e a morte,  à completa rendição da razão para que o Senhor falasse ao meu coração. 
“Aquietai e sabei que Sou Deus” 
Na falência dos desejos humanos,
Na humilhação da vontade própria,
Na quase completa inanição espiritual,
Descobri a delicadeza de um Deus que me ama tanto que, por amor, esperou a morte da minha vontade para fazer-se manifesto.
Corpo esgotado, alma vazia e vontade morta  deram Àquele que É sobre todas as coisas, condições de agir.
Quando soltei as mãos da direção da minha vida, quando abri mão da Árvore Proibida e quis voltar aos braços do Pai,
Quando desisti de buscar o meu deus, criando por minha razão e interesses, o Pai das Luzes começou a Sua obra em mim.

“Vem, filho amado. Deixa-me cuidar de suas feridas, limpar-te de toda essa sujeira. Toma tuas vestes novas, vestes de filho, e assenta-te ao Meu lado, para que comas do Meu alimento. O Meu Amor não vê em ti senão a mais bela das Minhas criaturas. Onde você enxerga desonra, eu enxergo um filho com infinito potencial em mim. Foste criado para herdar Meu reino. Como poderia Eu desprezar a minha própria criação? Se por amor a Ti fiz-me carne, sofri as mais terríveis dores. Por amor a ti soprei o Espírito Santo em milhares e milhares de irmãos teus, que deram suas vidas para que a Minha Palavra chegasse até o teu coração e tocasse teu espírito. Por amor a ti, Te esperei. E Te amei mesmo quando erravas. E o Amor que Tenho por ti cobre todos os teus pecados. Vem, filho amado. Entra na Glória de Teu Pai. Recebe de mim o alimento que irá acabar com a tua fome, e a água que fará com que jamais sinta sede novamente. Sinta em teu ser o vibrar do Espírito Santo, que te transforma e te faz RENASCER EM CRISTO. O preço que paguei com o sacrifício da cruz, para a Tua salvação, é preço para quitação integral dos teus débitos. Todos. Ergue a cabeça, pois Quero olhar-te nos olhos. Quero dizer-te que a busca acabou. Agora, celebra teu renascimento e vive a plenitude que Te dei para gozares na Terra, até que estejamos juntos, na Minha Glória, para todo o sempre. Amém.”

Adriano Diniz Costa
Filho, renascido em Cristo para servir